terça-feira, 30 de junho de 2020

Cortinas atirantadas: O que são e para que servem

Você já ouviu falar em contenção com cortinas atirantadas? Não? Então não deixe de acompanhar este nosso guia completo de hoje. A partir dele você poderá aprender e entender como funcionam este tipo de cortina e para que elas servem em uma construção ou obra. Acompanhe a seguir e entenda.

cortinas atirantadas

O que são cortinas atirantadas

Antes de qualquer coisa, vamos entender o que são as cortinas atirantadas. Estas caracterizam-se como um componente construtivo projetado em parâmetro vertical de taludes e paredes de escavações para conter esforços de empuxos do solo, impedindo o desabamento do mesmo.

Este tipo de contenção é semelhante ao tipo feito a partir do grampeamento de solo, fazendo com que a sua principal diferença estejam no trabalho destes grampos. Sendo que, os grampos deixam de ser passivos e passam a produzir cargas atuantes na contenção, recebendo assim o nome de tirante.

O sistema de cortina atirantada conta ainda com painéis tracionados por tirantes para impedir que ocorram desabamentos de terra em diversos tipos de construções. A contenção se dará através do concreto armado que trabalha em conjunto com estes tirantes.

Estes, por sua vez, são instalados em horizontal, através de painéis que se prendem no bulbo de calda de cimento no interior do solo. Assim, a protensão acontece em seguida, com o propósito de imobilizar os painéis. Desse modo, os tirantes poderão ser construídos por cordoalhas de aço.

Podemos ainda comparar as cortinas atirantadas com os muros de arrimo ou de contenção, sendo que a mesma tem a vantagem de ser projetada independente da altura do talude.

Além disso, a cortina não requer fundações na obra que sejam cravadas na parte baixa do talude, podendo ser construída em qualquer altura do mesmo. Assim, as partes mais estáveis do talude podem permanecer sem proteção.

Como funciona um projeto com cortinas atirantadas?

Quando um projeto de contenção é feito apostando no uso de cortinas atirantadas, há a especificação de alguns itens, como por exemplo:

  • Extensão da parede de concreto armado;
  • A quantidade e a profundidade dos tirantes;
  • O tamanho do trecho livre e do que é ancorado;
  • Armação da parede;
  • Resistência do concreto; e,
  • Traço de calda de cimento.

Todos estes itens são dimensionados a partir de sondagens que se realizam no terro, como os ensaios de sondagem à percussão, que auxiliam no dimensionamento dos tirantes.

Além destes fatores que citamos até aqui, o projeto também deverá contemplar as canaletas, a fim de drenar as águas superficiais e evitar que ocorram erosões em terrenos adjacentes.

Este sistema de drenagem será responsável por prever:

  • Escadas de dissipação;
  • Caixas de passagem;
  • Bueiros;
  • Entre outras águas superficiais que necessitem de descarga adequada.

 

Vale ainda destacarmos que as águas subterrâneas interceptadas pela contenção precisam ser captadas e conduzidas para a parte externa do maciço. Isso a partir de drenos horizontais que sejam profundos, descarregando nas canaletas do sistema superficial que mencionamos anteriormente.

Para que serve e onde utilizar

Agora que você já pôde compreender o que são as cortinas atirantadas, é hora de se atentar para outras características importantes. Sendo assim, este método funciona a fim de ser utilizado para terrenos onde o solo que está próximo à contenção se mostra não coesivo ou com uma capacidade de carga que não está adequado ao carregamento do projeto, e assim, há a necessidade de ancoragens profundas.

 

Dessa maneira, pode ser utilizada para:

  • Contenção de encostas;
  • Sustentação de muros de arrimo;
  • Contenção de taludes ou maciços;
  • Em rodovias;
  • Execução de subsolos em áreas urbanas;
  • Entre outras possibilidades que possam usufruir dos benefícios do sistema.

Como é feito o processo executivo?

A execução das cortinas atirantadas segue a sequência abaixo:

  1. A execução se dá à medida em que é feita a escavação, sempre considerando a resistência do solo, ou então, por meio da conformação e limpeza do talude que ali existe.
  2. Feito isso, realiza-se a perfuração da encosta com uma perfuratriz hidráulica em ângulo e profundidade determinados no momento em que o projeto é desenvolvido. Assim, segue-se a  introdução da bainha e nela o conjunto formado pelo tirante, os espaçadores e o tubo de injeção.
  3. Seguidamente é feita a injeção da calda de cimento preparada em proporções próximas da razão de água-cimento de 0,5 avança, em pressão que é previamente determinada pelo projeto em questão, até que se chegue no fundo da bainha para assim formar o chamado bulbo de ancoragem, retornando em seguida envolvendo, desse modo, o tirante por completo. A calda de cimento, por sua vez, tem a função de proteger as partes de aço e assim promover a adesão do mesmo ao solo local.
  4. Feita a cura da concretagem e do bulbo, além da deforma e cura do concreto armado, acontecerá então a prática do sistema de protensão dos tirantes, através de sua tração por meio de um macaco especial, até que se atinja a carga determinada pelo projeto. Seguidamente, fixa-se a sua extremidade ao concreto armado por meio de porca ou cunhas.

A partir deste processo, já torna-se possível usufruir dos efeitos que as cortinas atirantadas criam na contenção em uma obra. Sendo assim, se este sistema é interessante para que o seu projeto seja ainda mais qualificado, invista no mesmo e obtenha ótimos resultados!

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