A decisão de comprar um imóvel não passa apenas por encontrar o apartamento ou a casa dos sonhos. Ele também precisa caber no bolso. E, normalmente, a aquisição é feita através de um financiamento imobiliário, que pode durar até 30 anos comprometendo o orçamento familiar mensal. Por isso é importante saber o valor das parcelas e isso significa entender tudo que compõe a mensalidade a ser paga. Um dos fatores que influencia no preço é a taxa de juros e ela pode fazer uma grande diferença no valor final do imóvel. Saiba como entender as taxas de juros do financiamento imobiliário.
Antes de qualquer explicação, é importante atentar-se ao fato de que as taxas de juros do financiamento imobiliário podem variar de acordo com cada banco e a pesquisa antes de assinar o contrato para entender a que vai pesar menos nas parcelas é fundamental.
Outra questão é que quem está oferecendo o empréstimo tem a obrigação de esclarecer todas as taxas envolvidas no financiamento. Ou seja, pedir explicação nada mais é do que exigir o que se tem direito. “A instituição vai ter que deixar claro o que é a parcela e o que está sendo cobrado efetivamente de juros, até porque algumas vezes são cobradas algumas taxas em cima disso que não estão sendo ditas”, ressalta o economista Edgard Leonardo, professor da Graduação e Pós-graduação da Unit Pernambuco, mestre em Administração pela UFPE, consultor e palestrante. “A instituição é obrigada a informar tudo, o que tem de taxa efetiva, não só de juros. A pessoa pode saber todas as taxas administrativas que tem no financiamento”, complementa.
Parcela
Vale ressaltar que a parcela do financiamento não é composta apenas pela dívida adquirida junto com o banco. Ela pode ser desmembrada e, desta forma, é mais fácil até ter conhecimento de quanto está pagando de juros. “Quando você financia, você está pegando emprestado um dinheiro que você não tem para comprar algo que você ainda não pagou. Só que, para utilizar esse recurso, tem um preço e, por isso, são cobrados os juros. Então uma parcela é composta pela dívida, que se chama o principal, e também pela taxas de juros”, explica Edgard Leonardo.
Os juros também são variáveis de acordo com a tabela que se adota para amortizar o financiamento. Pela Tabela SAC, que é o Sistema de Amortização Constante, o principal é fixo e os juros vão incidindo no valor abatido do que já foi quitado. Por isso, neste caso, as parcelas são decrescentes. Já na Tabela Price, o valor das parcelas compostas pelo principal e juros é o mesmo do começo ao final do financiamento.
A questão é que nas primeiras parcelas são compostas, em sua maioria por juros. Com o passar do tempo, o valor do principal aumenta. No final, a parcela continua o mesmo valor e o que muda é a composição dela.
É sempre importante saber quanto está sendo pago de juros. “Tem que perguntar quantas parcelas serão. Se forem 10 parcelas de R$ 100 mil e dá R$ 25 mil de entrada, soma a entrada mais o total da multiplicação das parcelas, pergunto quanto seria o pagamento à vista e vejo qual a diferença do valor à vista para o preço que pensa em financiar e, assim, descubro os juros”, detalha o economista.
Ter essa consciência pode sempre levar a uma melhor negociação, mesmo quando o financiamento já está valendo. “Se a pessoa tem um financiamento antigo, ela pode renegociar, ela pode fazer um novo financiamento na própria instituição ou em outra. Com a tendência de baixa de juros, um contrato antigo pode estar sendo mais caro por conta dos juros altos que foram negociados na época de fechar o contrato”, acrescenta.
Concorrência
As taxas de juros cobradas no financiamento imobiliário variam de acordo com cada banco e, ultimamente, elas têm seguido tendência de queda. A Caixa Econômica Federal, que costuma balizar as condições de financiamento no Brasil, já anunciou algumas reduções, sendo seguida por outras instituições financeiras. Por isso, é importante fazer uma pesquisa e simulações para assinar contrato com o financiamento que vai pesar menos no bolso. “A melhor coisa dos juros é a concorrência porque quando um banco baixa as taxas, os demais tendem a seguir”, garante o economista Edgard Leonardo.
Vale ressaltar que os bancos que o cliente é correntista costumam oferecer mais benefícios a depender do relacionamento com a instituição financeira. Além disso, o valor do imóvel e a renda costumam também influenciar. “A pessoa pode ir no seu próprio banco ou em outro, mas onde ele tem conta normalmente costuma oferecer taxas melhores porque tem o histórico. Então vale a pena procurar as instituições, ver as possibilidades de financiamento, analisar e comparar antes de decidir”, complementa.
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